O texto representa a opinião do autor.
Primeiramente, dizer que não é um álbum do METALLICA é um fato tão óbvio que não sei se poderia ser usado como argumento; não é um álbum do METALLICA, pronto. "Ah, mas foi o METALLICA que gravou..."; claro que foi, mas, não SOMENTE o METALLICA, e não sobre uma ideia do METALLICA. É um álbum estranho, conceitual ao extremo, escrito pelo LOU REED. É o bastante para entendermos que não vamos ouvir Creeping Death nesse álbum. Ok? QUEEN+PAUL RODGERS não é o QUEEN; as pessoas entendem isso e pronto. Porque não aqui?
Em uma entrevista que vimos aqui mesmo, LOU REED e METALLICA
Se você tiver cabelo comprido, uma bermuda coladinha com motivos da bandeira Americana, gritar bem alto, manter pose de viado, tratar mal todo mundo, etc; você estará se tornando um autêntico AXL ROSE, certo? Não. Você está se tornando um cover do AXL ROSE. Isso não é ser autêntico. Isso é ser outra pessoa. Uma pessoa bem idiota, diga-se de passagem (para por pimenta, ok?).
Ser autêntico é ser você, não imitar alguém ou seguir cegamente determinado estilo. O nome dessa outra coisa é moda e, segundo RENATO RUSSO, música é algo muito subjetivo, não pode ser moda.
O que quero dizer com isso? Por que o METALLICA
O entrevistador pergunta sobre a importância desse projeto, James responde que não houve “importância”; eles queriam fazer e fizeram. Complementa dizendo que LOU REED os convidou a gravar um álbum, e eles toparam; e ainda nos põe a pensar: com quem eles deveriam gravar? Com algum parceiro óbvio? Ou alguém de outro “Mundo”, mas, que partilhasse das mesmas idéias musicais da banda? Essa é a idéia. Eles toparam um desafio, porque, para o Metallica, a mesmice é o problema. Isso não quer dizer que IRON MAIDEN é ruim, só significa que esse é o modo de pensar do METALLICA.
Lulu é um trabalho diferente, difícil de entender. Lembro-me quando conheci a obra deFRANK ZAPPA, dizer que não gostei seria errado, pois eu nem mesmo tinha entendido o que ele criou. Acho que é o caso de muitos: dizer que algo é ruim porque não gostou; ou pior, dizer que algo é ruim, mas não o entendeu.
Respeito quem não gostou do álbum, respeito mesmo. Apenas não entendo como tanta gente critica a atitude da banda e se esquece de criticar a música. Claro, muita gente diz, “não gostei do álbum e é isso”. Ótimo! Mas, a grande massa que discute o assunto, não discute "O" assunto.
Após LOU REED dar a bronca no entrevistador sobre os rótulos, a pergunta é refeita e James responde, com naturalidade: “Não... não é algo novo, somos NÓS. Estávamos sendo o METALLICA. E se você quer seguir o livre espírito do METALLICA, então, venha. Se você não concorda com isso, nós entendemos. Fique com o álbum que você mais gosta, eu acho... sei lá. (...) Nós não gostamos de ficar aprisionados.”
Em outras palavras, eu sou fã do METALLICA, não do “Master of Puppets”, do “Kill’em All”, ou outro álbum qualquer. Sou fã dos caras, do músico. E eu o sou, principalmente, porque eles são os caras mais autênticos da música. O METALLICA não é vendido, é autêntico e, por causa desse livre espírito do METALLICA, alguns álbuns são melhores do que os outros. Mas ainda é o METALLICA. O mesmo METALLICA que fazia o que desse na telha há 30 anos, continua fazendo isso agora. Eles não são covers deles mesmos; exemplo que temos de outras bandas que foram engolidas pelo rótulo, qualquer que seja ele.
Como disse no começo, esse é o real assunto: Lulu é um bom álbum? Bom, cada um tem sua opinião...
Como não tenho Twitter ou Facebook, escrevi aqui... feel free to flame me, there won’t be replies!!!
Fausto Faria
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